O papel do profissional de planejamento financeiro e por que é um dos perfis mais demandados pelas empresas

Como o nome já diz, a área de Planejamento Financeiro tem como objetivo central a elaboração de todo o planejamento financeiro da companhia, baseado, principalmente, na construção do orçamento para os próximos períodos, detalhando gastos e investimentos a serem feitos, a fim de atingir a meta macro da empresa. Assim sendo, devido ao viés estratégico em que o profissional de planning está inserido, é fundamental que haja um entendimento claro e profundo do business, sinergia com as outras subáreas financeiras e uma ampla visão de fatores que possam impactar a companhia.

Outra habilidade igualmente importante para o desenvolvimento da rotina pertinente à área é alta capacidade analítica, visto que parte do escopo relacionado ao dia a dia se concentra em diversas análises, sejam elas de demonstrativos financeiros e indicadores de performance, com o intuito de acompanhar o desempenho e saúde financeira em determinado período, sejam elas voltadas à viabilidade econômico-financeira de projetos ou investimentos, auxiliando na tomada de decisões estratégicas.

Porém, uma vez que a área depende de informações e relatórios advindos de outras áreas corporativas para desempenhar seu papel, é essencial que, além das habilidades supracitadas, os soft skills referentes a relacionamento interpessoal e comunicação sejam desenvolvidos da mesma forma, possibilitando com que haja interação e comunicação clara entre as partes, respeitando prazos de envio e assegurando a coleta dos dados necessários para uma análise assertiva e de qualidade.

Logo, se levarmos em conta os skills buscados nesses profissionais, como facilidade em se trabalhar com números, raciocínio lógico e pensamento analítico, não é de se estranhar o crescente número de engenheiros, por formação, que atuam na área. Ainda que existam diversas vertentes dentro da Engenharia, o curso fornece uma formação geral, no início da graduação, a qual resulta em uma sólida base de conhecimentos da área de Exatas, antes de se especializarem na vertente escolhida. Além disso, o estudante, em muitos casos, tem contato com linguagens de programação, ferramenta que pode ser uma valiosa aliada na criação e automatização de relatórios e no gerenciamento de extensas bases de dados, desafios diários da área de FP&A.

Dado o avanço tecnológico que já atingimos (mesmo com um longo e promissor caminho a ser trilhado) e a globalização mais que estabelecida, o mercado ganha dinamismo, a concorrência se torna cada dia mais acirrada e o timing para tomada de decisões cada vez mais curto. A fim de minimizar o risco de impactos externos e tornar os planos de médio e longo prazo mais flexíveis, a área de Planejamento Financeiro também é responsável por projetar cenários econômico-financeiros, baseados em premissas e hipóteses, permitindo agilidade e adaptabilidade para eventuais mudanças que venham a ocorrer.

Projeções essas que se mostram úteis tanto para perspectivas econômicas futuras positivas, avaliando novos investimentos, possíveis aquisições e expansão do negócio, como em momentos de crise e incerteza, por meio de: avaliação dos recursos disponíveis e definição do mínimo necessário para a operação se manter, corte de gastos, estudo e busca por novas maneiras de ampliar o faturamento e, caso se faça necessário, venda de ativos e/ou unidades de negócio, provendo assim, um panorama do possível impacto negativo no resultado dos períodos seguintes. Portanto, em tempos atípicos que vivemos, inseridos em uma pandemia sem precedentes, a qual traz imprevisibilidade, restrições no funcionamento de grande parte das operações e cenários se alterando da noite para o dia, o profissional de planning se torna ainda mais imprescindível.

Em suma, por possuir um perfil dinâmico, analítico e uma visão estratégica voltada à operação, dando suporte à alta gestão na tomada de decisões, a relevância do financial planner na estrutura organizacional e a demanda por esse profissional têm crescido consideravelmente nos últimos anos, pelo fato de ter consigo um “big picture”, em tempo real, do business e ser capaz de guiar a companhia em busca de maior rentabilidade, eficiência e sobrevivência, elevando a média salarial da classe e acirrando a competição entre as empresas na hora de atrair bons profissionais para compor o quadro de colaboradores.

Escrito por Nicholas Antunes Gevartosky, Consultant Banking, Finance & Tax Spring Professional